21-04-2013 01:00

REDAÇÃO: O QUE FAZER E NÃO FAZER.

Adequação ao tema: É esssencial escrever o tipo de texto pedido (em geral dissertativo) e adequar a argumentação ao tema proposto. Sem isso, a redação nem é lida. 

Repertório linguístco: Palavras bem usadas valorizam a ideia proposta na redação. Quem tem vocabulário rico tem muitas chances de expressar-se melhor. 

Estrutura e ligação: Boa organização das ideias, coesão e coerência no texto são fundamentais. 

Respeito à língua: A atenção à gramática da forma culta é importante, mas os argumentos pesam mais. Se o conteúdo for muito bom, va prevalecer sobre a forma, mas tem um peso, sim. 

Repertório cultural: É importante que o aluno saia da previsibilidade, e para isso precisa de um repertório cultural que reflita sua experiência como leitor.

A redação é o momento de o estudante apresentar sua bagagem interdisciplinar, além de demonstrar bem informado. 

O aluno pode pensar no tema proposto sob diversos prismas: "Esse assunto já foi abordado no cinema? A História pode me ajudar? O que sei sobre esse assunto?".

Para aumentar o seu repertório, você deve ler artigos de opinião e editoriais de meios de comunicação. Quem não está antenado à realidade não tem como discorrer sobre um tema se não tiver informações sobre ele. 

Intertextualidade e boa argumentação: A intertextualidade, aliada a bons argumentos, enriquece a redação. 

Leitura da proposta: Há alunos com dificuldade para ler a proposta. Leem apressadamente as instruções ou deixam para ler no final, em cima da hora. Isso pode levar o aluno a incorrer em erros básicos que podem tornar a uma nota ruim ou mesmo à anulação da redação. 

Citar fontes: O estudante deve citar algo apenas quando tiver certeza da fonte, e também não usar ideias dos outros como próprias. Se usar citações corretamente, ganha pontos, pois demonstra conhecimento de mundo. 

Fugir do tema: Se há proibição no Enem é fugir à proposta, até porque cobra-se a interpretação da proposta nas instruções da redação. 

Tentar escrever difícil: Escrever bem não é escrever bonito. Às vezes o vocabulário rebuscado e o excesso de palavras difíceis podem prejudicar o texto, porque demonstam impropriedade vocabular. 

Senso comum: Se o candidato reproduz o senso comum, com frases feitas, de efeito ou expressões surradas, comunica à banca que também é comum: "Se cada um fizer a sua parte, o mundo será melhor"; "É preciso que as pessoas se conscientizem". Dispõe contra a redação e irrita o corretor. 

Desvios da norma culta: Ainda que não sejam o único critério de avaliação, dispõem contra a redação se forem muito grosseiros. Usar linguagem chula é descabido. 

Posições individuais: Fazer referências demasiadas à própria experiência e opinião não é visto com bons olhos, afinal trata-se de uma dissertação, e não uma narrativa. Usar como argumentos experiências pessoais, tentar participar do texto e se dirigir ao leitor mostra despreparo do aluno. Os "achismos" são proibidos. Não se deve lançar mãos de certas expressões como "eu acho" ou dar exemplo em que o próprio, sua casa ou sua comunidade, estão envolvidos. Os argumentos e exemplos fazem referência a todos, para denotar que o estudante está preocupado com as questões gerais, globais, que afetam o coletivo, e não só com o que lhe atinge diretamente. 

Opiniões polêmicas: Não se deve opinar contra os direitos humanos. Defender a pena de morte ou ser racista, por exemplo, é considerado erro grave. Alunos se questionam se é preciso estar de acordo com o governo. Não é a questão. Corretores querem antes que o aluno seja coerente com realidade solidária, com princípios humanos de convivência. Se é preciso evitar preposição de medidas e comportamentos radicais, é vital que se posicionem com fundamentos. 

Usar citações e referências de forma errada: Muitos alunos acreditam que o simples fato de fazer uma referência ou citação a um pensador contará pontos a seu favor, quando é o contrário (caso a citação seja feita só para impressionar, sem conexão direta com o argumento). 

Da  Revista Língua Portuguesa. Ano 8 - nº 81, julho de 2012, adaptado. 

—————

Voltar